Passados aqueles momentos mais efervescentes das manifestações populares chamou-me a atenção a atitude da presidente Dilma com sua disposição em, de repente, dialogar com a classe política, governadores e prefeitos das capitais, lideranças no congresso, sindicalistas e o presidente do Supremo.
Ora, até então e desde que se instalou a era Lula (Sr. Lula, ultimamente tão escondidinho) quando foi implantada no país a política do "Mensalão", onde uma corja recebia polpudas quantias para apoiar o governo, não se falava em diálogo. Também não era necessário, bastava encaminhar os projetos e MPs que o "dindim" resolvia tudo. Cada qual tinha seu preço e como sabiam negociá-lo!...
Pude notar, porém, que desta vez a arrogância e empáfia de prefeitos e governadores havia desaparecido. Sabem esses senhores que apenas um fiapo de legitimidade ainda lhes resta e a esse fiapo tentam se agarrar como a última tábua de salvação. Todos estão no maior desespero querendo dar a volta por cima. Mas por enquanto vão ficar com o c.. na mão.
Os congressistas nunca trabalharam tanto em tão pouco tempo. Havia tanto parlamentar nas sessões que me lembrei dos tempos da ditadura: ninguém faltava, parecia internato de freiras.
Com o advento da democracia e a descrença do povo nas instituições, esses cidadãos tornaram-se a cada dia mais afoitos e desavergonhados e praticar atos indecorosos e desonestos passou a ser algo rotineiro.
Descaracterizaram a Lei da Ficha Limpa, proposta popular, e aprovaram nas comissões a "Cura Gay" tendo como seu maior defensor aquele deputado do cabelo lambido, sim aquele mesmo que, dizem, pediu ao fiel a senha do cartão de crédito, é esse mesmo!
Não satisfeitos, pensando que o povo estaria entretido com a Copa das Confederações queriam aprovar a PEC 37. A multidão em justa revolta pressionou os senhores congressistas que temerosos por si mesmos, voltaram atrás e a baniram para sempre.
O aumento no preço do transporte coletivo que, segundo alguns governadores e prefeitos, estava suspenso desde janeiro, foi rápida e sorrateiramente imposto à população que se esperava estivesse totalmente alheia à realidade, envolvida com os preparativos para a copa, já que o Brasil era até então considerado o país do futebol, do samba e da corrupção. O tiro saiu pela culatra. Os estudantes agora já tem até passe livre.
Será que em nosso querido Brasil tudo tem que ser na marra?
O próximo passo será a reforma política que deve começar pela discussão e aprovação da PEC 208/08 com a redução do número de parlamentares e cortes de suas mordomias.
Fim da reeleição em todos os níveis. Proibição de sucessão no período eleitoral seguinte de filhos, cônjuges, ex-cônjuges, pais e outros parentes, o que leva a distorções e o mandato passa a ser visto como uma "capitania hereditária".
Os gastos com a eleição deverão ser feitos apenas com os recursos do fundo partidário (toda contribuição de pessoa física ou jurídica será para o fundo partidário). Quem quiser ser candidato que banque a sua campanha por intermédio do fundo partidário até o limite fixado pelo TSE.
A redução do número de vereadores e deputados estaduais é imprescindível. Como consequência da diminuição do número de parlamentares será necessária a adequação das estruturas funcionais do Congresso, das Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas, ao excedente de servidores poderia ser oferecido opções como PDV, aposentadoria proporcional, como foi feito nas estatais e bancos públicos ou aproveitar os mais capacitados em áreas do executivo que se encontram com carência de pessoal. De uma coisa o povo está convencido: o que importa é a qualidade de seus representantes e não a quantidade que por sinal se mostra nociva e é um grande sorvedouro de recursos públicos.
No momento que redigia esse post ouvi um parlamentar dando entrevista dizendo que já informaram a presidente Dilma que qualquer sugestão do Executivo para o plebiscito será bem vinda mas quem vai dar a última palavra sobre o que deve ser consultado ao povo será o Congresso.
Para dificultar pretendem acrescentar à consulta questões polêmicas como a alteração da maioridade penal,o aborto e a descriminalização da maconha. A inclusão desses assuntos motivará diversos organismos como direitos humanos, igrejas e ONGs diversas a protagonizarem movimentos de repúdio, o que fatalmente levará a várias polêmicas e estenderá a consulta até o final do século.
Defendem ainda que a realização do plebiscito seja após as eleições de 2014. Quando seria isso, 2015? 2016? 2020 ou sabe-se lá quando. Talvez a intenção seja postergar-se até que o assunto caia no esquecimento e continue tudo como está.
Ora, caros leitores, onde está a cabeça desse parlamentar ? Não está vendo o povo nas ruas? Os brasileiros, Senhores Congressistas, exigem reforma política Já ! O que vai ser perguntado ao povo está nos cartazes, faixas e manifestos de todas as espécies. Caberá apenas adequá-los aos anseios maiores. Mas lembrem-se... Já... imediatamente ...antes que o movimento pacífico se transforme em guerra entre irmãos.
Qualquer um do povo que for consultado sobre o que deve ser feito e para quando, saberá responder o que precisa mudar e vai ser categórico ao afirmar que é prá ontem.
Têm alguma dúvida? Venham prá rua conferir...