Parece que finalmente o racismo brasileiro resolveu mostrar a cara explicitamente.
Não poderia ter havido pior hora. Quando se esperava da juventude e das classes mais esclarecidas a união em busca de um país menos injusto o que se viu foi o despertar do corporativismo e a defesa de classe, exatamente como fazem os políticos com referência a seus pares.
“A quem muito foi dado, muito será pedido”, e foi aí justamente que parece, nos enganamos. Pessoas aquinhoadas com estudos em universidades sustentadas com os impostos suados dos sem expectativa de…saúde, …escola pública de qualidade, …alimentação saudável, …saneamento básico, esqueceram de utilizar argumentos e gestos condizentes com sua educação refinada e saíram a protestar levando em consideração a beleza, a cor da pele, a origem étnica.
Onde está o senso de humanidade em um povo que se diz tão pacífico? Vaias e cusparadas são próprias de vândalos.
Achar que alguém tem “cara de empregada doméstica” parece algo proveniente de uma mente doentia. Como querem respeito como profissionais pessoas que agem como moleques?
À propósito indago, existe algum modelo de cara específica para cada profissão? Ao se contratar alguém será necessário primeiramente consultar um catálogo para verificar se seu aspecto físico será aprovado ? O Ministério do Trabalho e a Justiça Trabalhista tem punido com rigor empresas que deixam de contratar pessoas em razão da falta de beleza física, cor da pele, altura e peso.
Não concordar com decisões políticas de um governo é direito de todos, humilhar seres humanos por sua aparência física é demonstrar que faltou em algum momento de sua educação, formação ética e sociológica. Ademais é preciso aprofundar a análise das razões do governo para tal decisão.
Nas Capitais e grandes cidades médicos não atendem convênios, nunca tem vagas, consultas são agendadas com mais de 30 dias. Consultas particulares a preço de salário mínimo tem vaga 24 horas por dia. Na periferia ou cidades do interior os recém formados querem curtir a vida e não se dispõem a trabalhar nessas localidades.
O que se ganha com isso? Apenas a demonstração que somos um povo tupiniquim avesso à tão proclamada globalização. Que olhamos de cima, sim, para aqueles que “ julgamos” inferiores , sob o olhar míope e carcomido de preconceito. Com a mesma empáfia que nos achamos superiores, chamamos de escravos aos que se submetem, não se sabe se por ideologia ou por extrema necessidade de sobrevivência, a fazer o trabalho que nos recusamos por ser humilhante.
Parece que esquecemos que o bem maior é a vida e é em torno de salvá-la que nos devemos unir. Descasos com atendimento aos mais necessitados que buscam socorro nos PSF e UNIDADES DO SUS, jornais televisivos mostram todos os dias. Pessoas morrendo por falta de socorro e a resposta é sempre a mesma, vamos abrir inquérito e apurar os fatos.
Talvez eu é quem seja muito sonhadora e idealista ao imaginar um mundo onde todos caminham em busca do bem e que o amor ao próximo e a salvação da Humanidade seja a meta final.
Ana Odette Danin / Walmir Martins de Lima
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