Sexta-feira 13, mais uma, e o Partido dos Trabalhadores reuniu sua militância, em Brasília, com o propósito de realizar um Ato de Desagravo aos seus filiados envolvidos no famoso e maior escândalo político do Brasil “O Mensalão”.
Pela primeira vez ficaram ausentes figuras importantes do Partido, o Zé Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno, este último em prisão domiciliar, os dois primeiros hóspedes na penitenciária da Papuda no Distrito Federal.
Discurso vai, discurso vem, chega a vez do Deputado Federal João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, usar a tribuna. Em razão de tudo que se falou sobre a sua participação no escândalo, de provas robustas quanto ao recebimento da propina de cinquentinha e dos contratos fajutos com as empresas do Valério, eu esperava que ele usasse da palavra para pedir desculpas ou perdão, aos seus companheiros e aos seus eleitores, pois, em dado momento da sua vida parlamentar teria fraquejado e aceitado participar do conluio.
Ledo engano o meu! João Paulo Cunha mais uma vez ataca o Supremo Tribunal Federal acusandos seus membros, e, para justificar suas palavras cita os escândalos da máfia dos fiscais em São Paulo e o rumoroso caso dos Metrôs de São Paulo e Brasilia, tendo como integrantes a empresa Alston e os respectivos governos daqueles estados.
Indignado! Assim o Deputado externou seus sentimentos naquele momento, frisando que o Mensalão é fichinha, repercutiu porque tinha o Chefe da Casa Civil, o Presidente da Câmara Federal, cinco presidentes de partidos políticos e vários Deputados Federais. Ora, Seo João Paulo, claro que pela estatura política dos envolvidos a repercussão veio na medida certa e a punição aplicada também
O senhor deveria ter aproveitado a oportunidade do Congresso do PT e apresentado a sua renúncia ao mandato de Deputado Federal, pois alí teria tido a solidariedade dos presentes. Não se engane, sua prisão está mais próxima do que imagina. Depois vai ter de sair correndo e deixar a carta para o colega ler em plenário.
Pois bem, eu apenas gostaria de entender qual o motivo pelo qual o senhor fez a comparação dos escândalos . Está pensando em ser perdoado porque o escândalo do qual é protagonista foi menor em relação aos atuais agora divulgados? Eu continuo achando que o "Mensalão" é muito maior e não se compara a nenhum outro, já que tinha como finalidade o poder, ou melhor, a ganância pelo poder.
Era o projeto para o PT se eternizar no poder. Uma ambição vazia de idealismo que desconhecia os príncípios mais elementares da ética, honra, solidariedade, humildade. Apesar das punições, ainda se locupletam à custa do sacrifício do povo, distribuem migalhas, as chamadas “bolsas-bondade”, com a clara intenção de calar alguns e fidelizar o voto de outros tantos. A recente demissão de assessores do Ministério da Fazenda prova que vocês não temem a Justiça e continuam a agir como se o julgamento do Mensalão não os houvesse atingido. Alheios à repulsa da opinião pública patrocinam essas coisas espúrias porque já trazem consigo a certeza de que o fim está próximo.